Mais um ano recorde no imobiliário, mas subida dos preços deve “suavizar” em 2019, antecipa a JLL

Consultora JLL diz que a oferta deve tornar-se mais robusta em 2019, apesar de a falta de edifícios disponíveis ser o "único constrangimento real" a uma maior aceleração da atividade
09 abr 2019 min de leitura
O mercado imobiliário em Portugal teve mais um ano recorde em 2018, com cerca de 3,3 mil milhões de euros em investimento só no segmento comercial, calcula a consultora JLL. O ano de 2017 já tinha sido um ano “de exceção” mas o montante “surpreendente” de investimento feito em imobiliário comercial em 2018 — quase duplicando face ao valor de 2017 — leva a consultora a defender que o imobiliário trilhou um “caminho que já não poderá ser desfeito”. Já na área da habitação, “todas as expectativas” foram superadas “em mais um excelente ano” — para 2019 prevê-se uma “tendência de suavização da subida” dos preços, “embora atualmente a maior parte do produto que surge se venda em planta”.

Estas são algumas das principais conclusões tiradas pela consultora e promotora JLL, que apresentou esta quarta-feira os resultados anuais de 2018, um ano em que o investimento em imobiliário comercial “voltou a ser a estrela da indústria” e onde Portugal se “afirmou no panorama mundial, abrindo excelentes perspetivas para o futuro”. Só nos 12 meses de 2018, terá sido investido tanto em imobiliário comercial como nos sete anos entre 2008 e 2014, sublinha a consultora. O retalho, com 45% do capital transacionado em 2018, e os escritórios, com 24%, lideram as preferências dos investidores, dos quais 94% são de origem externa, acrescenta a JLL.

 

Para o valor recorde de transações em imobiliário comercial — os 3,3 mil milhões de euros — contribuíram em grande medida alguns negócios de maior dimensão, como a venda do centro de escritórios Lagoas Park (mais de 375 milhões) e o centro comercial Dolce Vita Tejo (mais de 230 milhões) e os centros comerciais da Blackstone (mais de 900 milhões incluindo o Almada Forum, o Forum Montijo, o Forum Sintra e o Sintra Retail Park). A venda pela seguradora Fidelidade do seu portefólio, que envolveu mais de 425 milhões de euros, também contribuiu para o valor recorde de 2018.

Temos hoje um mercado imobiliário que merece uma abordagem estratégica por parte dos operadores internacionais, que não é mais visto como um alvo oportunístico. O país provou ter capacidade não só de atrair como de reter o capital estrangeiro, quer estejamos a falar de investimento institucional em ativos de grande porte, de investimento em promoção, na ocupação de escritórios ou na compra de casa. Este é um caminho que já não poderá ser desfeito”, comenta Pedro Lancastre, diretor-geral da JLL Portugal.

Fora do imobiliário comercial, a habitação também foi “outro segmento que surpreendeu, com o número de casas vendidas em Portugal a crescer 19% [dados do INE] e os preços a subirem acima dos 10% no país e dos 20% em Lisboa”, nota a JLL. No caso de Lisboa, o segmento premium apresenta valores de venda entre os €10.500/m2 na Avenida da Liberdade e os €5.000/m2 no Parque das Nações. Os estrangeiros (57% das vendas da JLL) mantêm-se muito dinâmicos, com mais de 41 nacionalidades a comprar casa em Lisboa, Porto e Cascais (no segmento premium, através da JLL); destacando-se os brasileiros (25%), os ingleses (13%) e os franceses (11%).

Fonte: Observador

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